A codorniz é uma espécie cinegética estival que gosta das planícies e dos planaltos, um pouco por todo o país, das zonas agrícolas. Mas é no Alentejo que a codorniz prefere estar – sobretudo nas zonas de ervas altas de Alpalhão, barragem da Póvoa, Alter do Chão, Elvas, São Cristóvão e Évora, na região norte, e Mourão, Amareleja, Beja e Castro Verde, na metade sul. Aqui, faz uma alimentação de sementes e de minhocas que vai encontrando enquanto esgravata com as suas pequenas e frágeis patas.
A codorniz é uma espécie cinegética. E cantora!
Sendo o galináceo com a dimensão mais reduzida da Europa, com apenas cerca de 28 cm, a codorniz é uma espécie cinegética parecida com o perdigoto, que passa bem despercebida pelo mimetismo que a caracteriza no seu padrão ocre malhado bem parecido – e até confundível – com o ambiente envolvente que a rodeia.
Identificar a codorniz é atender-lhe aos pormenores: à garganta preta do macho, e às manchas que ambos, machos e fêmeas, apresentam no dorso e flancos. Mas é o canto da codorniz, trissilábico, que a denuncia de noite ou de dia.
E como os caçadores adoram ouvi-las cantar!
A protecção à cordoniz
Existem caçadores mesmo especializados na caça da codorniz, a codorniz é uma espécie cinegética imensamente apreciada – uma espécie de gourmet. No entanto algumas práticas agrícolas, nomeadamente, a pastorícia, certos tratamentos fitossanitários e algumas técnicas de cultivo condicionam a utilização do habitat. Estas condicionantes têm uma influência negativa sobre a distribuição das codornizes.
Os caçadores agradecem, então, que os agricultores tomem as seguintes precauções para fazerem viver as codornizes:
- implantação de pequenas parcelas com culturas forrageiras destinadas à fauna ou pequenas áreas sem mecanização agrícola – isto para haver favorecimento da diversidade do habitat tipo;
- ceifar de dentro para fora, ou por faixas, é um cuidado especial que os agricultores devem manter. Ademais, aconselha-se a colocação de dispositivos na frente de tractores ou de ceifeiras mecânicas que afugentem os animais que se escondem nas searas – assim como efectuar os cortes a mais de 30 cm de altura;
- a substituição de pesticidas e herbicidas pela utilização de produtos com baixa toxicidade, é recomendável para a fauna selvagem, assim como deixar uma faixa exterior sem tratamento;
- o tratamento dos terrenos que ficam nas margens deve ser evitado;
- nas margens das parcelas a cultivar, menores densidades de sementes devem ser utilizadas;
- a queima dos restolhos é completamente desaconselhável. No entanto, a ser feita, deve ser efectuada por faixas e não em círculos – isto para permitir a fuga de animais;
- nos campos, evitar a permanência de cães e gatos.
A codorniz e a caça
A codorniz é uma espécie cinegética e o período de caça situa-se entre setembro e dezembro. Durante este período, cujos processos autorizados são o salto e a cetraria, a lei estabelece, devido a factores de natureza biológica:
- a data de início e de fim do período de caça;
- os processos de caça;
- os limites diários de abate.