A pesca da sardinha a sul, na Costa Algarvia, volta a ser possível depois de algumas vicissitudes conforme indicação do site Sul Informação. Em causa estaria a pesagem para venda de contentores de pequenos peixes pelágicos com mistura, pelo que com a finalidade de ser encontrada uma solução dentro dos parâmetros legais reuniram a DGRM, a administração da Docapesca e as organizações de produtores.
Embarcações da pesca da sardinha no Algarve já podem voltar ao mar
Olhão, Portimão e Quarteira estiveram uns dias sem lançar as embarcações da pesca da sardinha por se encontrarem em protesto contra a imposição de um novo método de pesagem do pescado resultante de imposições dos regulamentos comunitários.
Da reunião realizada em Lisboa saiu uma resolução que passa por um novo método de pesagem por amostragem das dornas, isto é, os contentores nos quais, ainda em alto mar, os pequenos pelágicos capturados pela frota de cerco – sardinha mas também carapau e cavala – são acondicionados em água e gelo por forma a manter a sua qualidade.
Esta metodologia de pesagem encontrada para a venda de contentores de pequenos pelágicos com mistura revela-se, de acordo com os intervenientes, «coerente com as especificidades muito próprias do sector do cerco» e «enquadra-se na legislação em vigor».
A importância da pesca da sardinha e da comunidade de peixes pelágicos da Costa Sul
A pesca da sardinha e de peixes pelágicos é de extrema importância na Costa Sul. Existe, de resto, uma comunidade de peixes pelágicos diversa na costa sul onde está representada a sardinha, a cavala, a boga, o biqueirão e várias espécies de carapau (branco, negrão e do Mediterrâneo). Sabe-se, entretanto, que costa sudoeste a boga e a cavala dominam as amostras.
Estas são conclusões da campanha Pelago14 promovida pelo Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA), cobrindo a zona da plataforma continental entre Gibraltar e Lisboa com extensão até Caminha. O objectivo deste estudo é avaliar a abundância de peixes pelágicos (sardinha, biqueirão, cavala, carapau) pelo método do rastreio acústico.
A ocorrência de 14 peixes-lua (Mola mola) com comprimentos de 36 a 50 cm é um detalhe deste estudo pelo facto de, apesar de a espécie ser comum nestas campanhas, o número de ocorrências no período estudado ter sido relativamente elevado.
Refira-se que todos os exemplares, não se tratou de pesca da sardinha, foram libertados vivos após o respectivo registo dos seus dados biométricos e aqui fica uma curiosidade: o peixe-lua é o maior peixe ósseo conhecido e habita as zonas temperadas dos Oceanos Atlântico e Pacífico além de não ter barbatana caudal, pois desloca-se com movimentos sincronizados das barbatanas dorsal e anal e alimenta-se de zooplâncton e de pequenos peixes. É, igualmente, portador de uma grande carga de parasitas.
As organizações de produtores têm tido uma enorme importância nestas campanhas, inclusive no estudo com o objectivo de estimar a biomassa de sardinha adulta pelo Método de Produção Diária de Ovos. Não interessa só a pesca da sardinha…