A tolerância ao calor do salmão no Pacífico é a nova descoberta de uma pesquisa realizada pela Universidade de Oslo em conjunto com a Universidade de British Columbia. Este é um estudo publicado no site Science Daily.
Recente pesquisa atesta a alta tolerância ao calor do salmão no Pacífico
Os resultados são evidentes: as populações de salmão do Atlântico possuem uma capacidade surpreendente em se adaptarem a temperaturas mais quentes no pacífico em sequência das alterações climáticas.
O fenómeno da tolerância ao calor do salmão no pacífico foi estudado por um grupo de cientistas da Universidade de Oslo e da Universidade de British Columbia, uma colaboração entre pesquisadores noruegueses e canadenses, e abordou a grande questão: como é que as alterações climáticas podem afectar a distribuição e a abundância das diferentes espécies de salmão.
Os cientistas estudaram, então, o salmão selvagem com origem em dois rios europeus.
A reprodução dos salmões em rios de caudal permanente: como acontece
Como é sabido, os salmões reproduzem-se em rios com caudal permanente de características salmonícolas. Estas águas são, geralmente, caracterizadas por serem bem oxigenadas, pela ausência de poluição orgânica ou inorgânica e pelo substracto de cascalho ou gravilha.
As características típicas das áreas de desenvolvimento de juvenis incluem zonas de baixa profundidade (inferior a 20 cm), substrato de cascalho e velocidades de corrente entre 50-70 cm/s.
Após um a dois anos em águas doces e salobras, os juvenis sofrem um processo de “smoltificação” e migram para o mar onde passam o período de crescimento – altura em que atingem a maturação sexual e regressam aos locais de nascimento para se reproduzirem. Este é o comportamento que se designa por homing.
Durante o estudo da tolerância ao calor do salmão no Pacífico foi efectuada a comparação de uma população de águas frias do norte do Rio Alta da Noruega, onde a temperatura da água não ultrapassa os 18º C durante 30 anos, com populações de águas quentes do Rio Dordogne da França onde as temperaturas anuais de água regularmente excedem os 20º C.
Os ovos de ambas as populações nasceram na Universidade de Oslo, onde terão sido criados a 12º ou a 20º C. As conclusões foram as seguintes: apesar dos diferentes ambientes naturais, ambas as populações tinham capacidades muito semelhantes quando o ambiente foi aquecido.
Quando criados à temperatura de 12ºC, os salmões de ambas as populações desenvolveram arritmias cardíacas entre os 21º e os 23º C – isto depois de uma frequência cardíaca máxima de 150 batimentos por minuto.
A grande descoberta terá ocorrido quando os pesquisadores descobriram que o aumento da temperatura de aclimatação do peixe fez subir a tolerância de temperatura.