Os alimentos transgénicos são, segundo alguns especialistas, a única solução para conseguir duplicar a produção alimentar até 2025 com o objectivo de travar a fome no mundo.
Alimentos transgénicos: a polémica
Esta solução não é, porém, unânime. Existem alegações de que os alimentos transgénicos acarretam danos para o meio ambiente e para a saúde. Em contrapartida há aqueles que os apoiam, afirmando que os alimentos transgénicos trazem benefícios tanto para a saúde e para a natureza como possuem vantagens económicas.
Manipulação genética: um processo irreversível
A manipulação genética de alimentos é, efectivamente, um processo irreversível. Os alimentos transgénicos mais cultivados são a soja, o milho, o algodão e a batata e em fase de testes estão a banana, o brócolo, o café, a cenoura, o morango e o trigo.
O início nos anos 80
Terá sido precisamente nos anos 80 que se começou a alterar genes de microorganismos como as bactérias – isto apesar de a manipulação genética ser mais popular entre as culturas agrícolas.
A modificação do conteúdo genético consiste, basicamente, na inserção de genes de outras espécies – sejam elas vegetais, animais ou até mesmo de micróbios.
Curiosamente, os transgenes poderão ser retirados originalmente de formas de vida totalmente distintas.
Por exemplo: um tipo de milho transgénico cuja característica implantada consiste na produção das suas próprias defesas contra insectos, poderá ter a sua sequência genética alterada através da inserção de genes de uma bactéria que causa danos ao insecto.
E os danos para a saúde humana?
Além das questões ambientais, os alimentos transgénicos também geram dúvidas quanto aos riscos, e perigos, para a saúde humana – e isto apesar de não haver certezas, dada a novidade da tecnologia da engenharia genética.
Os principais argumentos contra a manipulação genética chegam dos ecologistas: afirmam que a ciência não tem controlo total sobre o funcionamento dos genes e que só o interesse económico justifica a velocidade com que os transgénicos chegam à mesa do consumidor. Porquê? Não porque são mais produtivos mas porque podem ser patenteados e garantir altos lucros!
Os ambientalistas até já criaram um nome, uma palavra intuitiva, para a comida baseada em alimentos transgénicos: Frankenfood, uma mistura de Frankenstein e food.
O perigo da manipulação genética segundo os cientistas,
é a irreparável destruição no património biológico da humanidade, ou seja, a perda do controlo sobre os alimentos transgénicos, fazendo com que outros sejam afectados – o que prejudicaria outras espécies de plantas, além de animais, causando um desequilíbrio ecológico com consequências imprevisíveis.
Um exemplo disso é o caso do estudo comandado pela Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, sobre a enorme mortalidade de borboletas Monarch após serem alimentadas com o pólen do milho geneticamente modificado, Bt. Losey. Isto aconteceu depois de haver falhas de controlo na experiência.
Se é certo que a engenharia genética permite que se façam alterações pontuais nos genomas, também o é que a obtenção convencional de híbridos por cruzamento envolve um conjunto de genes desconhecidos – um tiro no escuro. Ou não?
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