Os limites à pesca da sardinha vão manter-se inalteráveis visto que não existem evidências de que a armazenagem tem sofrido aumentos. Esta é uma informação dada pela ministra Assunção Cristas e disponibilizada pelo site Observador.
Proibida em Setembro, limites à pesca da sardinha permanecem inalteráveis e Portugal terá de cumprir com os objectivos a que está vinculado juntamente com Espanha
Em causa está o eventual aumento do total admissível de captura (TAC) da sardinha. Recorde-se que a pesca da sardinha foi proibida no dia 19 de Setembro e a ministra da Agricultura e do Mar disse, a este respeito, que “não há revisão possível nesta matéria”, mas existe “a preocupação de colher mais estudos e perceber se é possível provar cientificamente que o “stock” está a melhorar”.
Sem novas provas científicas, que sejam confirmadas posteriormente pelas entidades internacionais, Portugal terá de cumprir com os objeCtivos a que está vinculado juntamente com Espanha – esta é uma afirmação da governante que é incompatível com os objectivos da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO) que, por voz do seu presidente, terá anunciado recentemente que vai pedir uma revisão do plano de gestão para a pesca da sardinha e dos limites de captura.
“Estamos a fazer pressão junto do Governo para que o modelo de avaliação que neste momento está em vigor para este recurso [sardinha] e o plano de gestão português e espanhol que está aprovado sejam revistos”.
Fala quem sabe e quem representa os pescadores e não quem pesca nada sobre pesca nem sardinha, não é? Aumentar os limites à pesca da sardinha parece ser uma questão incontornável visto que em causa estará mesmo a sobrevivência em todo o ciclo desta pesca.
Os alertas para a revisão dos limites à pesca da sardinha por forma a evitarem o afogamento do sector têm chegado sem, no entanto, chegarem ao céu da inteligência da ministra
O representante da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco possui a clara convicção de que, “se em 2015 esta frota tiver outra vez cerca de 150 a 200 dias de proibição de pesca da sardinha não irá sobreviver, nem os tripulantes, nem toda a fileira”. Esta é uma chamada de atenção para a inflexibilidade relativa aos limites à pesca da sardinha que não se coadunam com a realidade.
Já em inícios deste mês pescadores do porto de pesca de Matosinhos exigiram ao Governo uma resposta urgente aos “imensos problemas” que a recente interdição e limites à pesca da sardinha lhes coloca: uma situação se pode tornar em verdadeira calamidade para o sector. Em causa, Senhora ministra, está o dinheirinho que alimenta as bocas ao fim do mês. É como em sua casa: se lhe tirarem a fonte de sustento, como é? Vai ficar a aguardar as evidências de terceiros sobre poupanças?
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