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Salicultura em Portugal: Tradição, Inovação e o Futuro da Produção de Sal

Salicultura em Portugal: Tradição, Inovação e o Futuro da Produção de Sal

Agricultura | 4 de Novembro, 2025

LEITURA | 11 MIN

A salicultura em Portugal é uma prática antiga, cheia de história e tradição, especialmente na zona da Figueira da Foz. Temos vindo a falar sobre como este saber fazer, passado de geração em geração, está a ser protegido e até a ganhar novas forças com projetos modernos. Vamos ver o que torna o sal português tão especial e como é que a salicultura em Portugal se prepara para o futuro.

Principais Conclusões

  • A produção de sal marinho artesanal na Figueira da Foz, com técnicas passadas de pais para filho desde o século XII, é agora Património Cultural Imaterial de Portugal.
  • As salinas da Figueira da Foz, com o seu traçado único no estuário do Mondego, são mais do que um local de trabalho; moldam a paisagem e a identidade da região.
  • O Núcleo Museológico do Sal e projetos como a ‘Quinta Ciência Viva do Sal’ ajudam a manter viva esta tradição, juntando o saber antigo com novas ideias e ciência.
  • A formação de novos marnotos e a valorização desta profissão são importantes para garantir que a arte de fazer sal não se perca.
  • A salicultura em Portugal enfrenta desafios, mas a aposta na qualidade, sustentabilidade e no mercado global abre portas para um futuro promissor para o sal português.

Salicultura em Portugal: Um Legado Que Vem de Longe

A história da produção de sal em Portugal é antiga, com raízes profundas que se estendem por séculos. Em particular, a região da Figueira da Foz guarda um tesouro: a salicultura artesanal. Este legado, passado de geração em geração, moldou paisagens e comunidades, tornando o sal mais do que um tempero, mas um símbolo de identidade.

A Tradição Artesanal da Figueira da Foz

Na Figueira da Foz, a arte de fazer sal é levada a sério. A recolha é feita à mão, seguindo métodos que mal mudaram desde o século XII. É um trabalho que exige dedicação e conhecimento, passado de pais para filhos. Esta prática ancestral é um património vivo, que resiste ao tempo e às modernidades.

Técnicas Ancestrais e Saber-Fazer

As técnicas usadas nas salinas da Figueira da Foz são um espetáculo à parte. A água do mar, canalizada para uma série de tanques, evapora sob o sol, deixando para trás os cristais de sal. Cada passo, desde a gestão da água até à colheita, é feito com precisão. É um saber-fazer que se aprende na prática, observando e fazendo, num ciclo contínuo de aprendizagem.

O Sal Como Identidade Regional

O sal da Figueira da Foz não é apenas um produto, é parte da alma da região. As salinas, com o seu traçado único no estuário do Mondego, são uma marca na paisagem. Elas contam histórias de trabalho árduo e de uma ligação profunda com o mar e a terra. Este sal é, sem dúvida, um elemento que define a identidade local.

O Salgado da Figueira da Foz: Património Vivo

Salinas da Figueira da Foz com montanhas de sal.

Reconhecimento Como Património Cultural Imaterial

Sabias que o modo como se faz o sal aqui na Figueira da Foz é agora Património Cultural Imaterial de Portugal? Pois é! Foi em julho de 2023 que os "Conhecimentos tradicionais da produção artesanal do sal marinho da Figueira da Foz" entraram para o Inventário Nacional. Isto é super importante porque reconhece o trabalho de muita gente que, durante anos, viveu e moldou a paisagem à volta do sal. As salinas, que hoje parecem uns "jardins de sal" ótimos para fotografar, já foram palco de vidas mais duras, com trabalho duro para conseguir o "ouro branco". Este reconhecimento não só dá valor a este saber fazer, como ajuda a que não se perca e reforça o sentimento de identidade da região.

O Papel do Núcleo Museológico do Sal

Para proteger e dar a conhecer esta tradição, a Câmara Municipal da Figueira da Foz comprou uma salina há mais de 20 anos e criou o Núcleo Museológico do Sal. Mais tarde, em 2007, este núcleo tornou-se parte de um projeto maior. A ideia é mostrar a importância das salinas, não só como atividade económica, mas também como parte da cultura e da paisagem. É um sítio onde se pode aprender sobre as técnicas antigas e a vida dos marnotos. O salgado da Figueira da Foz, com as suas salinas únicas no estuário do Mondego, tem uma morfologia especial que se reflete no traçado das marinhas, divididas em reservatórios, evaporadores e cristalizadores.

A Importância das Salinas Para a Paisagem e a Comunidade

As salinas não são só um local de trabalho; elas definem a paisagem da Figueira da Foz. São mais de três dezenas de marinhas ainda ativas, juntamente com os armazéns de sal, que são construções muito características desta zona. Infelizmente, no início dos anos 2000, a atividade esteve em risco de desaparecer, o que preocupou muita gente. Felizmente, com a ajuda de projetos europeus, foi possível dar um novo fôlego à produção de sal. A Câmara Municipal, que agora faz parte da Rede Nacional do Património Cultural Imaterial, está empenhada em inventariar, proteger e dinamizar esta atividade. O objetivo é claro: salvaguardar um saber fazer que é a cara da identidade imaterial de Portugal.

O sal, tal como o sol, faz parte da identidade da Figueira da Foz. É uma riqueza cultural e uma expressão artística, para além de ser uma atividade económica.

Inovação e Salvaguarda da Salicultura

A salicultura em Portugal, especialmente na Figueira da Foz, não vive só de passado. Para garantir que este saber ancestral não se perca, há um esforço contínuo em inovar e proteger. Projetos europeus têm sido um motor importante, ajudando a dinamizar a atividade e a manter as salinas vivas. Estes programas trazem novas ideias e financiamento, essenciais para a sobrevivência de um setor tão ligado à tradição.

Um exemplo disso é a iniciativa "Quinta Ciência Viva do Sal". Este projeto junta tradição e ciência, explorando novas formas de valorizar o sal e as salinas. Trabalha em conjunto com a comunidade local, artesãos e produtores, criando um elo entre o conhecimento antigo e as práticas modernas. É uma forma de mostrar que a salicultura pode ser sustentável e inovadora.

Projetos Europeus e a Dinamização da Atividade

Os programas europeus desempenham um papel fundamental na salvaguarda das salinas tradicionais. Através deles, o município da Figueira da Foz tem desenvolvido ações para proteger e promover a atividade salineira. Estas iniciativas ajudam a valorizar o trabalho dos marnotos e a importância das salinas para a paisagem e a biodiversidade. A participação em projetos como estes é crucial para o futuro do sal artesanal.

A Quinta Ciência Viva do Sal: Tradição e Ciência

A "Quinta Ciência Viva do Sal" é um projeto que exemplifica bem esta fusão. Ele procura aliar o saber-fazer tradicional com a investigação científica. O objetivo é encontrar novas aplicações e valorizar o sal produzido de forma artesanal. Este tipo de projeto é vital para mostrar que a salicultura pode adaptar-se aos tempos modernos, mantendo a sua essência.

Formação e Valorização dos Marnotos

Para que a tradição continue, é preciso formar novas gerações de marnotos. O Núcleo Museológico do Sal tem sido um centro importante para isso, oferecendo formação em Operador/a de Salinas Tradicionais. Além disso, a formação em contexto de trabalho nas salinas, como na Marinha do Corredor da Cobra, permite que os novos marnotos aprendam na prática. Valorizar os marnotos é essencial para preservar este património vivo.

A formação e a transmissão de conhecimento são a chave para garantir que as técnicas ancestrais de produção de sal não se percam. É um investimento no futuro da salicultura e na identidade cultural da região.

O Futuro da Salicultura em Portugal

Desafios e Oportunidades Para o Setor

O futuro da salicultura em Portugal, especialmente na Figueira da Foz, enfrenta desafios, mas também abre portas para novas oportunidades. A preservação das técnicas tradicionais é fundamental, mas é preciso adaptá-las aos tempos modernos. A sustentabilidade e a qualidade do sal português são os nossos maiores trunfos.

Aposta na Sustentabilidade e Qualidade

Investir em práticas mais amigas do ambiente é o caminho. Isso inclui a gestão eficiente da água e a proteção dos ecossistemas das salinas. A qualidade superior do sal artesanal, reconhecido como património cultural imaterial, deve ser comunicada de forma eficaz. Queremos que o sal da Figueira da Foz seja sinónimo de excelência. Projetos como a Quinta Ciência Viva do Sal mostram como a tradição e a ciência podem andar de mãos dadas para salvaguardar a atividade.

O Sal Português no Mercado Global

Para que o nosso sal chegue mais longe, é preciso apostar na sua promoção internacional. Destacar a sua origem, o método de produção artesanal e os benefícios para a saúde pode fazer toda a diferença. A criação de marcas fortes e a participação em feiras internacionais são passos importantes. O objetivo é que o ouro branco português seja cada vez mais procurado lá fora, valorizando o trabalho dos marnotos e a identidade regional.

E o futuro, como é?

Olha, o sal em Portugal, especialmente ali na Figueira da Foz, é mais do que só um tempero. É história pura, coisa que passa de pais para filhos e que agora até é Património Cultural Imaterial. É fixe ver que, apesar de tudo, há gente a dar a volta por cima, a misturar o saber antigo com ideias novas, tipo aquele projeto da Quinta Ciência Viva. A malta está a tentar que isto não se perca, que continue a dar vida à paisagem e à economia. Se vai dar certo? Só o tempo dirá, mas a vontade parece que há. E isso já é meio caminho andado, não achas?

Perguntas Frequentes

O que é a salicultura e porque é importante na Figueira da Foz?

A salicultura é a arte de fazer sal, especialmente o sal marinho. Na Figueira da Foz, esta atividade é muito antiga, com tradições que vêm de séculos atrás. É importante porque faz parte da história e da cultura da região, e também porque o sal produzido ali tem características especiais.

Como é feito o sal artesanalmente na Figueira da Foz?

O sal é recolhido à mão, usando técnicas que são passadas de pais para filhos. As salinas, que são como ‘jardins de sal’, têm um desenho especial, dividido em partes para a água entrar, para ela evaporar e para o sal se formar. É um trabalho que depende muito do sol e do vento.

Porque é que o sal da Figueira da Foz é considerado Património Cultural?

O modo como o sal é feito na Figueira da Foz, com as suas técnicas antigas e o trabalho manual, foi reconhecido como Património Cultural Imaterial. Isso significa que é uma tradição valiosa que precisa de ser protegida e valorizada, como se fosse uma obra de arte viva.

O que é o Núcleo Museológico do Sal e qual o seu papel?

O Núcleo Museológico do Sal é um espaço que conta a história da produção de sal na região. Serve para ensinar as pessoas sobre esta tradição, mostrar a importância das salinas e ajudar a proteger esta atividade. Por vezes, também se fazem formações para novos trabalhadores.

Existem projetos para ajudar a salicultura a continuar no futuro?

Sim, existem vários projetos, alguns com apoio da Europa, que procuram modernizar as salinas, ensinar novas técnicas e valorizar o sal. Um exemplo é a ‘Quinta Ciência Viva do Sal’, que junta a tradição com a ciência e a inovação para garantir que esta atividade não se perca.

Qual é o futuro da produção de sal em Portugal?

O futuro passa por fazer um sal de alta qualidade, de forma sustentável, respeitando o ambiente. A ideia é que o sal português, com a sua qualidade e tradição, seja cada vez mais conhecido e apreciado em todo o mundo, tanto pelos portugueses como por quem nos visita.

António Sousa

António Sousa

Bio

Estudos: Doutorado em Biologia com especialização em Zoologia pela Universidade de Lisboa.

Experiência: António tem mais de 20 anos de experiência em pesquisa e conservação de vida selvagem, com várias publicações em revistas científicas. Já trabalhou em diversos projetos de conservação animal em Portugal e no estrangeiro.

Outras informações: É membro ativo de várias organizações ambientais e adora partilhar seu conhecimento através de palestras e workshops.

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