Os javalis, peças fundamentais nas montarias, medem cerca de um metro e vinte de comprimento e pesam (os machos) setenta a noventa quilos – as fêmeas atingem o peso máximo nos seus mínimos mas ambos, excepcionalmente, podem chegar aos cento e cinquenta quilos.
Relato dos Javalis
Ao contrário dos porcos domésticos, os javalis possuem os quartos dianteiros mais levantados que os traseiros, dizem que são feios e maus de patas curtas e corpo largo – mas isso são os montadores por conta da bravura dos javalis quando estão com o cio. São mamíferos de tamanho mediano com uma cabeça grande e larga, onde se destacam pequenos olhos.
Para compensar, são donos de um forte sentido de olfacto e de audição – esta constitui uma grande arma de defesa contra qualquer inimigo, pois consegue captar sons imperceptíveis ao homem.
Não obstante, é o olfacto o sentido mais desenvolvido, pois permite-lhes detectar comida, e inimigos, a mais de cem metros de distância e descobrir mesmo alguns alimentos que se encontram enterrados.
Como se comportam
Animais sociáveis e pouco territoriais, os javalis deslocam-se em grupos matriarcais, normalmente de três a cinco fêmeas, com as suas crias, sendo a sempre a maior e mais velha a fêmea dominante. Os jovens machos, apesar de acompanharem o grupo, não participam grande coisa e os machos adultos vivem solitários juntando-se apenas na época do cio: são as javalis as chefes da família e as defensoras do lar.
Mas tenha cuidado, montador, nem sempre as pode matar. São animais sedentários, regra geral, durante o dia – mas à noite, utilizando quase sempre os mesmos trajectos e passagens, chegam a percorrer grandes distâncias a uma forte velocidade.
Ai o cio!
O cio dá-se, entre os javalis, de Novembro a Janeiro. Nessa altura, os machos procuram tão activamente fêmeas receptivas que, por vezes, esquecem-se de se alimentar e nessas alturas, quando encontram uma vara de fêmeas, os machos expulsam as crias do ano anterior lutando mesmo contra os seus rivais para conquistarem as porcas donzelas.
Chegam a travar uma data de lutas diárias, eriçando os pêlos pretos e grossos, as crinas, da coluna que os faz bem maiores perante os inimigos.
Gostar, gostar,
Os javalis adoram banhar-se no barro ou na lama – ritual importante na ecologia da espécie, considerando-se as seguintes explicações: como os javalis não emitem suor, a banha tem como função a regulamentação térmica do corpo e, igualmente, um papel importante a nível social, nomeadamente na selecção sexual, pois durante o cio as banhas parecem reservadas só aos machos adultos e dominantes. Ademais, a banha funciona como desinfestação de parasitas e também constitui uma marca territorial.
Adaptando-se a qualquer tipo de habitat, os javalis preferem zonas de mato fechado com água e comida; gostam de florestas densas de pinhal, de serras, pois para além de protecção, encontram calor no inverno e fresco no verão – esquecem-se das montarias e da caça ao troféu: os dentes caninos (superiores e inferiores) são – quanto mais velhos e maiores forem os animais, melhores são os dentes – o troféu dos javalis.