A floresta e os incêndios
Os incêndios constituem uma das principais ameaças ao conjunto biológico que são as florestas e o seu combate passa pela eficiência das estruturas de vigilância, de alerta e de apoio por forma a minimizar os prejuízos materiais e humanos mas, antes de tudo, pela prevenção. O combate aos incêndios florestais assenta, por isso, em quatro critérios técnicos:
- Tempos de chegada aos focos de incêndio no menor tempo possível, independentemente da dimensão da brigada e/ou do meio de mobilização, com o objectivo de controlar os incêndios na fase nascente;
- Ataque inicial em massa, ou golpe único, mobilizando-se todos os meios necessários para assegurar o controle e total extinção dos fogos quando estes ainda estão no início;
- Dano material e humano, priorizando-se os locais – perante a simultaneidade dos fogos – no sentido de se minimizar ao máximo os prejuízos.
Além do combate aos incêndios, também a avaliação das probabilidades de propagação dos mesmos – levando-se em consideração factores como a topografia, o declive do terreno, o vento, os combustíveis e a vegetação em perigo -assume-se como imprescindível.
Mas o que são, afinal, os incêndios?
Um incêndio é uma reacção de combustão (oxidação – redução) fortemente exotérmica, que se desenvolve geralmente de forma descontrolada, quer no tempo quer no espaço.
Para a eclosão de um fogo é necessária a conjugação simultânea de três factores indispensáveis:
- Combustível – material que arde (vegetação);
- Comburente – material em cuja presença o combustível pode arder (normalmente o ar, que contém cerca de 21 % de oxigénio em volume);
- Energia de activação – energia mínima necessária para se iniciar a reacção, que é fornecida pela fonte de inflamação (ponta de cigarro).
Estes três factores constituem o que se costuma designar por triângulo do fogo. O desenvolvimento de um fogo está ainda dependente de um outro quarto factor, a ocorrência de uma reacção em cadeia, sem a qual não se dá a transmissão de calor de umas partículas de combustível para as outras. A inclusão deste último factor, como constituindo um requisito necessário ao desenvolvimento de um fogo, resulta no denominado tetraedro do fogo.
A prevenção e o combate
As técnicas de prevenção e de combate de incêndios fundamentam-se no conhecimento detalhado dos factores acima mencionados. A prevenção consiste em evitar a sua conjugação simultânea e o combate visa a extinção de um incêndio procurando eliminar um ou mais daqueles factores.
Nunca é demais lembrar que, além dos danos ambientais, os recursos humanos que têm como missão combater o fogo estão sempre vulneráveis e sujeitos aos produtos próprios e manifestos da combustão, todos eles susceptíveis de provocarem efeitos nefastos na saúde e segurança humanas, como o fumo, a chama, o calor e os gases libertados. É, por isso, continuamente urgente, a campanha de prevenção de incêndios nas florestas.